Depois de uma semana a visitar Bucareste e depois o Delta do Danúbio e a costa do Mar Negro na Roménia, já tinha conhecido locais menos turísticos do país e, por isso, estava preparada para ir para os mais turísticos. Para a maioria dos visitantes deste país, a Transilvânia é a região que não pode faltar numa viagem. Ela é de facto uma região histórica e dotada de uma beleza extrema, que conjuga verdejantes montes, cidades medievais e castelos de sonho. Fiz o tour de um dia pelo Castelo de Peleş, Castelo de Bran, Râșnov e Brasov. Vejam o vídeo:
Como tinha apenas mais um dia livre na Roménia, aproveitei para fazer um tour de um dia com a agência Rolandia. Apesar de toda a riqueza histórica e monumental desta região, existe um certo histerismo a propósito de um local em particular. Mas, haverá alguém que não tenha curiosidade em visitar, ou em saber mais sobre o castelo que inspirou Bram Stoker para escrever “Drácula”? Isto apesar de o escritor nunca ter visitado a Roménia! E eu insiro-me no grupo de pessoas que sempre sonhou em visitar este local (Castelo de Bran), não só pelo livro, mas também pelos filmes que se seguiram e que tinham como inspiração esta região da Roménia. Isso e não só… explico mais abaixo!
Como se processa o tour de um dia? Antes das 8 da manhã já estava a sair de Bucareste, numa carrinha, com outros viajantes, e o guia Dan, em direção ao primeiro ponto de interesse: o Castelo de Peleş. Sabíamos antecipadamente que ia estar fechado (era segunda-feira e esse é o seu dia de encerramento), mas não quisemos deixar de o visitar, nem que fosse só por fora. Como esta paragem foi mais curta do que o habitual, foi proposto que o tour tivesse mais uma paragem que habitualmente não teria: fomos à cidadela de Rasnov. E posso dizer que ficámos encantados!
Mas, voltemos à primeira paragem: Castelo de Peleş, que é um palácio onde viveu a família real. Fica em Sinaia (a cerca de 2 horas de viagem de Bucareste) onde há outros motivos de visita, sobretudo um funicular que o levará ao topo do monte, mas onde o castelo rouba todas as atenções. Uma neblina cobria a área do castelo, quando chegamos pela manhã a Sinaia. O Castelo de Peleş é considerado o mais bonito da Roménia e um dos mais surpreendentes do mundo. E existem vários fatores para isso: sabia que foi o primeiro edifício a ter eletricidade, aquecimento e aspiração central, em todo o país?
Conta-nos o guia que Sinaia significa “cidade do rei” e que tudo o que vemos se desenvolveu depois do castelo ter sido construído. Mesmo com a neblina forte que cobria esta área montanhosa, há um certo encanto no local. Se quiser ficar mais um pouco, depois da visita (ou das visitas, porque há mais locais para conhecer em Sinaia), há cafés e restaurantes para receber turistas: com café a 3€ e bolos (deliciosos) a 1.50€.
O Castelo de Peleş serviu de residência de verão à família real, aquando do reinado do Rei Carol I e Rainha Elisabeth. Foi, por isso, um local de tomada de decisões políticas e acolheu diplomatas e líderes de Estado de todo o mundo. Veja aqui mais fotos do Castelo de Peles e saiba toda a sua história.
Como disse, era o dia de encerramento do castelo e, por isso, prolongámos o tour por outros locais. De imediato, seguimos viagem para Râșnov. Pelo caminho tudo é muito verde, atravessámos pequenas aldeias, e os meus ouvidos indicam que estamos a subir a montanha. São cerca de 40 minutos a uma hora para entrarmos na região da Transilvânia, nomeadamente a Râșnov.
As letras à Hollywood anunciam a vila que, no topo do monte, tem a sua histórica cidadela, construída no século XIII – entre 1211 e 1225. A fortaleza servia de defesa das aldeias vizinhas. No topo de um monte, a muralha era o único refúgio e conseguia manter os invasores afastados. Conta a história que tiveram vários cercos e conseguiram sempre manter-se invictos, já que mantinham mantimentos para cerca de seis anos (!!!), o que acabava por fazer desistir quem tentasse ataques prolongados.
– Veja aqui todas as fotografias da visita a Rasnov e fique a saber também um pouco mais da sua história –
Depois de Râșnov, fizemos a paragem para almoço a caminho do Castelo de Bran, que segundo as indicações, na estrada, fica a cerca de 20 Km. Chegámos então a um espaço turístico, o Club Vila Bran, onde dezenas de viajantes estão também a almoçar, mas o ambiente mantém-se calmo. É um ótimo local para provar a gastronomia regional. E, além do restaurante, o club tem alojamento e diversões.
Mal chegámos ao restaurante, o guia, que sabia do nosso interesse (como todos os turistas) pelo castelo de Bran, não escondeu o entusiasmo ao nos apresentar a vista dos jardins: o castelo surge, no meio dos montes e de um casario, no topo de uma rocha. É o local perfeito para fazer a fotografia panorâmica do Castelo de Bran. Obrigada Dan!
Ao almoço experimentámos um dos pratos mais típicos desta região. Tem menus do dia e várias propostas na carta, incluindo saladas, pizzas, etc. A especialidade – que foi o que escolhemos – é a bola de polenta grelhada, recheada com queijo, salsicha, carne de porco fumada e molho. Poderá ser servida numa portão individual (que é muita comida, aviso já) ou numa travessa para dividir entre 3 ou 4 pessoas, sendo que é muito bem servido. Na travessa vem ainda com mais carnes como frango, porco fumado, etc. Era tanta comida, que já não consegui comer sobremesa e não consegui nem jantar… Chamam a este prato, a refeição de agricultores. Ou seja, devíamos ter ido fazer um trabalho mais pesado depois do almoço. Em vez disso, fomos visitar o Castelo de Bran.
Mesmo com a moleza típica depois do almoço, lá fomos nós para o tão ansiado Castelo de Bran, ou comummente apelidado de Castelo de Drácula, apesar de o mesmo ter só servido de inspiração para o escritor de Drácula… e por Bran Stoker nunca ter posto os pés na Roménia. Mesmo assim, se a região e o castelo serviram de inspiração, há algo que nos prende a este local. O castelo nem é muito grande, mas a sua fixação na rocha dá-lhe um ar primitivo, mesmo que seja embelezado por inúmeros pormenores no interior. E é dentro das suas paredes que pode ficar a saber muitas mais histórias desta região e do país.
– Fique a saber mais sobre a história do Castelo de Bran e veja todas as fotos aqui –
Depois do Castelo de Bran, partimos em direção ao último ponto deste tour: Brasov. Esta vila costuma servir de base para quem vai ficar mais dias a visitar a Transilvânia. Como só tive um dia para o fazer, deu ainda para darmos uma voltinha no centro, ficando a conhecer ainda a Igreja Negra – dizem ser a maior igreja da Europa de Leste. O centro histórico é muito pitoresco e a praça está animada, rodeada com esplanadas dos cafés e restaurantes. Dava vontade de ficar aqui – houve momentos que desejei ter alugado o carro e ficaria aqui mais umas horas – mas, confesso, estava já muito cansada. Eram 20h00, o tour havia arrancado às 8h00 ainda em Bucareste, e ainda faltava o regresso para a capital (que até se faz rapidamente). Foi um dia em cheio! Quem sabe, um dia voltarei com mais tempo para continuar esta visita pela Transilvânia. Veja mais fotos e mais informações sobre Brasov, aqui.
Quero agradecer ao guia Dan e à agência Rolandia por terem feito deste tour, um dia tão especial. Obrigada!
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