Na ilha de Gozo, em Malta, na baía de Xwejn encontra um espetáculo da natureza, trabalhado pelo Homem. Os quadrados de salinas, escavados nas pedras, são um espetáculo visto de qualquer perspetiva, com diferentes cores, coladas ao mar. Um local fantástico.
As salinas terão 350 anos de existência e ocupam cerca de três quilómetros da costa da ilha de Gozo, em Malta. Hoje em dia, são mais uma atração turística do que um pólo económico, mas ainda são o ganha-pão para algumas pessoas como o Alfred, que conheci na minha visita a Gozo.
Encontro Alfred sentado numa cadeira de plástico, junto a uma porta verde que protege os seus pertences de trabalho. Primeiro desconfiado, mas sempre com um sorriso nos olhos, depois pergunto-lhe o preço dos saquinhos de sal e abre-se comigo.
Pergunta de onde sou, mostra-me o interior do seu “abrigo” onde tem o material de trabalho e um monte, literalmente… um monte de sal. Ainda pega nos baldes a mostrar-me como carrega o sal que ali está a vender. No meio da conversa, conta que esta é uma tradição secular e que é passada de geração em geração. Muda o semblante quando me diz, com pena, que agora não tem ninguém para seguir as suas pisadas e é algo que, com o tempo, vai certamente desaparecer. Alfred trabalha nas salinas há mais de 40 anos!
Comprei-lhe o saquinho de sal (2€), mas a melhor prenda foi a foto que tirei com ele. Com as suas mãos ásperas, de quem trabalha o sal, pegou num dos meus braços e pô-lo à volta da sua cintura, enquanto dizia “fala de mim lá em Portugal”. Foi uma risota pegada.
E não é que o Alfred tem página no Facebook? Sigam aqui a Natural Xwjni Sea Salt e se forem lá falem da Susana de Portugal 😀