No País Basco, em Espanha, Bilbau foi uma cidade que sempre tive na minha lista de locais a visitar. Claro que muito devido à curiosidade de conhecer o Museu do Guggenheim, mas também porque sabia que esta era uma cidade que se tinha renovado. Soube embelezar-se (antes era uma cidade portuária cinzenta) e tornar-se o local perfeito, não só para ser visitado, mas também a cidade que muitos escolhem para viver. Mas, apesar de a ter na minha lista há muito tempo, nunca lá tinha ido, e fui adiando e adiando… Até agora!
Ou melhor, até que surgiu o convite do Festival de música Bilbao BBK Live (com já duas décadas de história e mais uma edição vai decorrer em julho) para ir conhecer Bilbau e assim sugerir aos leitores uma espécie de 2 em 1. Ou seja, se gostam do cartaz e vão ao festival, aproveitem para conhecer Bilbau. O meu programa de visita durou um fim de semana e trouxe muitas sugestões… Tantas que, se calhar, o melhor é ir ao festival e tirar mais uns dias para poder apreciar tudo: o Guggenheim, o centro histórico da cidade, os pintxos, as festas à noite, a costa e as bonitas praias… O País Basco é uma região que vale mesmo a pena conhecer.
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Com mais de 20 anos de história, o festival Bilbao BBK Live traz grandes nomes da música internacional a Bilbau e propõe sons para vários gostos, do rock ao pop e um palco especial para a música eletrónica. Vejam aqui o cartaz do evento. E se este é um dos pretextos para ir a Bilbau no verão, há muitos outros durante todo o ano.
Os habitantes chamam-lhe o “Efeito Guggenheim” e sublinham que a transformação da cidade, que foi feita aos poucos, durante os últimos anos, é de facto um modelo a seguir. Bilbau sempre foi conhecida pelo seu porto, mas tudo o resto parecia que não tinha a mesma importância. “A cidade era suja, cinzenta e parecia velha”, dizem-me os habitantes. Com o Guggenheim tudo parece ter mudado e mesmo mudou a mentalidade, já que este foi um território evitado durante muito tempo – devido aos conflitos da ETA – e passou a ser um forte destino turístico. Bilbau pintou prédios, a cidade ficou mais limpa, há peças artísticas nas ruas, arte urbana… ficou muito mais bonita!
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Cheguei ao final de uma sexta-feira à tarde a Bilbau – veja aqui como ir do aeroporto para o centro da cidade – preparada para um fim de semana em cheio de visitas e experiências. Depois de deixar as malas no hotel – que fica ao lado do estádio do Atlético de Bilbao – fomos procurar um local para comer e passados cinco minutos já estávamos num bar/restaurante com o balcão cheio de pintxos a acompanhar as bebidas. Em algumas regiões de Espanha ao comprar a bebida costumam oferecer gratuitamente o pintxo ou tapa. Aqui não oferecem, mas são porções bem servidas e custam pouco mais de um euro. Muitas vezes se faz a refeição com três ou quatro pintxos. E, aliás, os habitantes de Bilbau gostam de saltitar de bar em bar, para o fazer.
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Depois de comermos e de conhecermos vários bares, seguimos para o Museu do Guggenheim que, todos os meses, acolhe uma festa, à noite, com música eletrónica. É também uma forma diferente de visitar as exposições do museu e ainda pode ficar para dançar e divertir-se, junto do piso de entrada. É uma festa muito animada e vale a penar ir! Nota: as exposições não podem ser fotografadas. Veja na agenda do museu quando é a próxima festa.
No dia seguinte, de manhã cedo, embarcamos numa viagem pela costa de Bilbau com a Basque Experiences. No dia da visita não estavam ondas para o surf mas é em Barinatxe, chamada de La Salvaje, que normalmente vai poder encontrar muitos surfistas ou então inscrever-se para aprender a surfar na escola La Salbaje. Uma parte desta praia – mais afastada da entrada – é dedicada especialmente aos nudistas.
Depois de ficarmos a admirar o litoral basco – e que bela manhã estava! – continuámos a visita e tínhamos uma surpresa no programa… para provarmos vinhos locais num projeto familiar, o da Bodega Ados Basarte, dirigido por duas irmãs, Arantza e Maria Jose – e têm também quartos, se quiser ficar alojado num ambiente rural. Depois das provas dos vinhos, continuámos a viagem junto do mar… e é linda a costa basca!
Pouco tempo depois, estávamos em San Juan de Gaztelugatxe ou, como os fãs de Game of Thrones (GOT) conhecerão, estávamos de frente para Dragonstone. Saiba mais informações aqui para visitar este local. Mesmo para quem não é fã da série, este é um lugar muito bonito e que merece uma visita.
Antes do almoço (em Espanha almoçam sempre mais tarde), passamos em Mundaka, com uma paisagem com vista para Urdaibai, Reserva Natural da Biosfera. Os surfistas estavam a apanhar ondas aqui e o cenário, tão perto do mar que estamos, é incrível. Aliás, Mundaka, do pouco tempo que lá estive, cativou-me. Um lugar muito simpático!
Estavam à nossa espera para almoço e não pudemos ficar muito tempo, mas há bares muito convidativos em Mundaka, junto do mar, e é incrível como a água está tão perto do casario. É definitivamente um sítio onde vou querer voltar com mais tempo. E, quando isso acontecer, vou querer ficar por Guernica, que fica aqui perto – a cidade bombardeada, durante a Guerra Civil Espanhola, e que se tornou conhecida também pelo quadro de Picasso, com o mesmo nome.
O almoço prometia ser tradicional. Para isso, fomos até Muxika, para comer no Restaurante Astei. Foi um belo repasto e um bom convívio num espaço muito familiar. Para começar vieram paté, presunto e fritos como croquetas, calamares e língua de vaca panada. Para prato principal há muitas sugestões de carne e de peixe, mas decidi experimentar para o bacalhau com o molho de tomate e pimentos. E para a sobremesa, como éramos muitos e já estávamos sem fome, veio um prato com um bocadinho de cada doce disponível. Estava tudo tão bom! Leia mais aqui.
De regresso a Bilbau, fomos conhecer o espaço onde se realiza o Festival de música Bilbao BBK Live. Fica no cima do monte Kobetamendi, num espaço muito verde – a organização providencia autocarros gratuitos do centro até perto do recinto – e tem uma vista panorâmica espetacular sobre a cidade: com vista para o rio, o estádio do Atlético de Bilbao, o Museu Guggenheim, a torre da Iberdrola a destacar-se e até o casario do centro histórico. Aqui tem também uma área especial para as autocaravanas.
O jantar desta noite foi num espaço muito especial: uma galeria de arte que é também um restaurante. A Epelde & Mardaras é uma casa recheada de arte e que acolhe convidados para refeições especiais. A comida é boa e o local faz-nos sentir em casa… por isso, ficamos lá na conversa durante horas a fio. Muito bom! Leia mais sobre o jantar aqui.
No dia seguinte, depois do pequeno-almoço, a descoberta do centro histórico de Bilbau ia ser feita de bicicleta com a Tourné – que tem loja perto do rio. Mas, a chuva não ajudou e acabámos por fazer os mesmos percursos mas a pé, com a guia. Fica tudo muito próximo em Bilbau e, por isso, o melhor mesmo é meter os pés ao caminho. Se o seu hotel estiver longe do centro histórico, pode sempre apanhar o metro para lá.
Percorremos a marginal, junto do rio, e fomos dar ao Guggenheim. Como tinha visitado as exposições na primeira noite (a da festa no museu) passeei agora por fora vendo as tão faladas obras de arte como o florido Puppy ou a enorme aranha Mamá. Continuamos a fazer o percurso junto ao rio descobrindo os edifício renovados, obras arquitetónicas que tornaram Bilbau numa cidade mais moderna e que mostram como toda a cidade recuou, para crescer o passeio gigante. Tanto recuou que o edifício da Alfândega, que estava junto da água, está agora a uns bons metros de distância.
Mais à frente, descobrimos uma igreja que agora é uma sala para concertos de Rock. E uma marginal repleta de árvores, que já floriram, apesar de ainda faltarem alguns dias para a primavera. Ficam mesmo em frente ao Mercado de Bilbau e já com vista para a bonita Igreja de Santo Antón. A partir daqui, faz-nos companhia um verdadeiro roteiro de arte urbana, com pinturas e grafitis a colorirem várias paredes e que foram feitas por artistas internacionais.
Num domingo normal, como o que aproveitámos para fazer este percurso, há muitas famílias a passear, mesmo que chova por largos períodos. E uma das tradições de Bilbau é irem, de bar em bar, beber uns copos e comer pintxos. Decidimos seguir a tradição e a nossa primeira paragem foi no Peso Neto para um fresco Marianito (vermute) e pintchos originais como o que provei com marmelada, queijo e tomate seco regados com um fio de vinagre balsâmico. Seguiu-se depois a paragem no Nervión – provavelmente um dos mais típicos bares/restaurantes de Bilbau – e de seguida no Zurekin que mostrou ser muito original nos pintxos, com um aspeto bastante requintado e colorido, cruzando ingredientes tradicionais com frutos vermelhos, por exemplo.
Pode ficar a petiscar até à hora de jantar. Os locais fazem isto durante várias horas, a percorrer vários bares. Vão encontrando amigos e familiares e ficam ali horas à conversa. O que mais me espanta (e agrada) é o facto de ter gente de toda a idade. E o mais curioso é que nem se sentam. Ficam ali, de pé, na conversa, nem que seja com bebés ao colo e tudo. É final de domingo à tarde e o Atlético de Bilbau, que esteve a jogar contra o Barcelona, perdeu contra a equipa catalã. Não há festejos nas ruas e, aliás, há muito pouca gente a passear.
A cidade parece deserta…. exceto junto do Guggenheim. Depois de tantos pintxos, precisava de caminhar e decidi fazer novamente uma passagem junto do museu. Era a área mais movimentada da cidade naquela tarde de domingo, com as únicas lojas abertas, mesmo em frente ao Puppy, à espera dos turistas. Aproveitei para prestar mais atenção aos pormenores: os habitantes orgulhosamente colocam representações de barcos nos prédios e telhados, a lembrar a sua história portuária. Visitar Bilbau foi um sonho concretizado, mas gostaria de voltar com sol… será que vou conseguir ainda este ano?
Se quiserem programar os tours falem com a Basque Experiences. Recomendo totalmente!
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