Em França, no Vale do Loire, ao chegar à entrada do castelo de Chaumont-sur-Loire, parece que está a ver o início de um filme da Disney. Mesmo parecendo de encantar, a sua primeira função foi de fortaleza e foi fundado cerca do ano mil por Odo I, Conde de Blois. Tinha como objetivo vigiar a fronteira entre o condado de Blois e o condado de Anjou. Todos os anos organiza o Festival de Jardins, que atrai milhares de visitantes. É só mais um pretexto, entre muitos, para visitar este monumento histórico.
O castelo esteve na posse da família de Amboise durante cinco séculos, até que, em 1465, Luís XI mandou arrasar Chaumont para castigar Pedro I de Amboise, pela sua implicação na “Liga do Bem Público” (uma conspiração dos nobres contra o rei). Mas, de novo em graça, são-lhe restituídas as suas terras e o castelo vai crescendo com os seus herdeiros.
Esta família é próxima do poder. Carlos II de Amboise é parente do Rei, que lhe faz uma visita em 1503 – é nomeado governador de Lombardia, marechal e, posteriormente, almirante de França. É o primeiro francês a fazer encomendas a Leonardo da Vinci, cujo discípulo, Andrea Solario, manda vir para França, em 1507.
Em 1550, Catarina de Médicis adquire o domínio de Chaumont e larga-o em 1560, em benefício de Diana de Poitiers. A antiga favorita do rei é quem arranca com os trabalhos que dão a Chaumont a sua fisionomia atual, incluindo a porta da ponte levadiça.
Em 1750, Jacques-Donatien Leray manda destruir a ala norte ficando assim como uma vista única sobre o rio Loire – que ainda se mantém. Em 1875, Marie-Charlotte-Constance Say compra o castelo e casa-se com o príncipe Henri-Amédée de Broglie. As divisões são decoradas com mobiliário do Renascimento e o arquiteto Paul-Ernest Sanson será o responsável pelas novas obras – incluindo as luxuosas cavalariças.
Em 1938, a propriedade de Chaumont-sur-Loire é cedida ao Estado – desde 2007, pertence à Região Centro e é um Estabelecimento Público de Cooperação Cultural desde janeiro de 2008.
O QUE VER EM CHAUMONT-SUR-LOIRE
Aposentos históricos
– Quarto de Ruggieri
Neste quarto, na lareira, a letra D destaca-se: pode ser interpretada como um sinal cabalístico de Ruggieri, um dos astrólogos da rainha Catarina de Médicis, mas também poderá ser uma evocação de Diana de Poitiers pois, na mitologia romana, Diana é a deusa lunar. Tem uma cama de dossel, do século XVII, um presumível retrato de Cosimo Ruggieri, do século XVII, e outras peças de mobiliário seiscentistas.
– Quarto de Catarina de Médicis
Aqui está a mais antiga tapeçaria das coleções do castelo, datada do fim do século XV. Tem um retrato de Catarina de Médicis na parede e uma cama oitocentista, de estilo Henrique II, muito trabalhada.
– A Sala do Conselho
Não conseguimos tirar os olhos do pavimento – de Majólica – desta sala, do século XVII, proveniente da Sicília. A mesa quinhentista é extensível (também de inspiração italiana) e o quadro de Diana de Poitiers é do século XIX.
Atente também na bonita peça de tecelagem, do final do século XVI, intitulada “La Tenture des Planètes et dês Jours”.
– Sala das Guardas
É impressionante o cofre-forte, de finais do século XVII, que pesa mais de 250 quilos e que aqui está exposto. Atrás, revela-se uma enorme tapeçaria de finais do século XVII e mais quadros também seiscentistas.
– O quarto dito do rei
Aqui estão expostas fotografias e documentos da história do castelo nos tempos dos Broglie. Tem trabalhos do artista italiano Giovanni Battista Nini, do século XVIII, que fez o retrato de muitas personalidades como Luís XV, Luís XVI, Maria Antonieta, Benjamin Franklin, como também de todos os membros da família Le Ray ou de personagens mais modestas como médicos ou o capatazes.
– A escadaria de honra
Uma escada em caracol em que as janelas têm vitrais onde estão representados os brasões e armas das famílias proprietárias de Chaumont.
Além destes espaços históricos, existem os aposentos privados em Chaumont, com mobiliário de várias épocas – muitos deles restaurados recentemente. É o caso da sala de jantar, a biblioteca, o pequeno salão, a sala de bilhar, o grande salão e a capela (que, na altura em que visitei, acolhia uma instalação artística) do início do século
XVI, que foi restaurada em 1884-1886.
O PARQUE HISTÓRICO DE CHAUMONT
Até 1880, o que é agora o parque de Chaumont era totalmente diferente. “Henri Duchêne, arquiteto paisagista, opera uma transformação radical do local em benefício de um vasto parque de lazer no estilo paisagístico também chamado “à inglesa”. Os trabalhos decorrem de 1884 a 1888 e custam cerca de 560.000 francos de ouro da época. A composição imaginada pelo arquiteto paisagista oferece, deste modo, ao castelo, o cenário e a exploração agrícola de que até então estava privado”.
As cavalariças foram um dos locais que mais gostei de visitar em Chaumont. Foram construídas em 1877, por Paul-Ernest Sanson, arquiteto do Príncipe e da Princesa de Broglie. Eram consideradas as mais luxuosas e modernas da Europa no final do século XIX. A selaria integra luxuosos arneses, feitos especialmente pela conhecida casa Hermès.
No mesmo local, junto das cavalariças, há uma área de exposições temporárias e vai encontrar uma exposição de hipomóveis – vários carros não motorizados e transportes, para usar com cavalos – da família de Broglie.
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INFORMAÇÕES
CHAUMONT-SUR-LOIRE
41150 CHAUMONT-SUR-LOIRE
Telefone :+33 (0) 2 54 20 99 22
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