Em Saint-Dyé-sur-Loire, no vale do Loire, em França, fiquei alojada num barco-casa tradicional, La Cabiche. Aliás, tinha duas propostas para passar a noite: uma, numa bela casa tipo-château, outra, neste tipo de barco-casa, que em tempos servia para o trabalho dos pescadores locais. Claro que optei pelo diferente: pelo barco! Foi muito diferente mas, nem tudo foi maravilhoso.
Comecemos pelo que é bom. Estar neste cenário do rio Loire, na pacata Saint-Dyé-sur-Loire, é um dos maiores privilégios, para quem viaja nesta região francesa. Tem tudo um ambiente super agradável, relaxante, e mesmo com um céu cinzento, o pôr-do-sol foi lindíssimo.
Quando passa a porta do barco, tem a cama de casal à sua esquerda e, à direita, está o beliche. cabem, por isso, quatro pessoas neste barco-casa. Mas, só para dormir, porque lá dentro é tudo apertadinho.
Cá fora, no barco, tem uma mesa e quatro cadeiras para poder estar a relaxar, ler um livro (não, não há sofá no barco), e para tomar o pequeno-almoço… rodeado por esta paisagem linda.
O barco tem, como devem imaginar, uma micro-cozinha, com fogão, louça, e ainda deixaram umas compotas, chá, leite e café para o seu pequeno-almoço. E como funciona o pequeno-almoço? Tem no barco um voucher que lhe dá direito a uma baguete e dois croissants (nos caso de serem duas pessoas) na padaria local – e que fica a 3 minutos a pé.
O problema – e é o único problema a meu vêr – começa quando queremos tomar banho. Não há água para o banho! Ou melhor, há água, mas é um saco com 20 litros que nos entregam ainda quente – “Foi aquecido com a luz solar”, dizem-nos.
E, eu que sou apologista de se poupar água e os recursos naturais, penso… como é que eu vou tomar banho a conta gotas? Nem pensar em lavar o meu cabelo nesta situação… nem ia chegar à parte de tirar o champô!
E ainda outra questão…
– “É melhor tomar banho agora, que a água está quente, porque vai arrefecer durante a noite, e depois de manhã estará fria!”
Só boas notícias, pensei eu.
Lá tomei um banho ultra-rápido (e eu que precisava mesmo de lavar o cabelo naquele dia, fiquei a pensar porque não tinha levado o champô seco!) – nem os meus gatos se lavam tão rápido – e saí para o jantar.
Resumindo: a experiência é gira para uma noite. Tudo OK. E para 4 pessoas? Não me parece exequível. Mas… ao que soube, há barcos que não têm este problema da água!
Ah! Isto eu sabia e ia preparada com as baterias carregadas do carro: não há eletricidade no barco, claro! As lâmpadas são recarregáveis. Mas têm uma bateria com os vários carregadores de telemóveis lá, para que não deixe de carregar o seu telefone, durante a noite
.Eu consigo perceber que não dá para ter luxos no barco mas – e aqui está o “grande mas” – quando se tem a experiência em autocaravanas ou noutros barcos na Ásia – eu estive num barco-casa na Índia e tinha água para tomar um banho tranquilo! – espera-se algo mais num barco que está na Europa. Ou, pelo menos, eu esperava. Além de que… não havia referência a esta questão da água.
Eu até aceitava que tivesse mais água e não fosse quente. Pronto, aceitava sem problema. Agora um saco de água e a conta gotas… não dá! 😀
Mas, consigo imaginar as famílias a divertirem-se aqui com os mais novos. E eles adorarem o facto de estarem num barco, num beliche, e a fazerem piqueniques junto ao rio. A paisagem e a envolvência, aqui, são tudo. Por isso, acho que devem ir pela experiência. E façam como eu… tomam o banho completo no dia seguinte, no local seguinte onde ficarem alojados.
À noite fica tudo escuro como breu, portanto, depois de o sol se pôr, se quer fazer algo, tem de ser fora desta zona. E se pensa que vai ligar as luzes… vêm os mosquitos. Pense duas vezes. Pelo menos no exterior, tem de manter tudo apagado.
Para reservas e mais informações, pode consultar este site da Marins du Port de Chambord.
Saiba mais sobre o que visitar no Vale do Loire, aqui.