No sul de Moçambique, na Ponta Mamoli – encostada à Ponta do Ouro – está o White Pearl, um resort fascinante rodeado pela praia e mar e por verdes campos africanos. Um verdadeiro paraíso mas recheado de atividades que pode fazer. Ou não… também pode não fazer nadinha! Porque você merece descansar!
Mesmo que não fique alojado no White Pearl pode ir lá passar um dia, usar as piscinas, almoçar ou jantar nos seus restaurantes ou experimentar as atividades. Tem de reservar com antecedência essa visita. Este local é também muito requisitado para luas-de-mel, ou seja, é natural que vá encontrar muitos recém-casados mas também famílias que aqui vêm de férias.
O White Pearl intitula-se como a “Pérola do Oceano Índico” e fica a poucos quilómetros da fronteira com a África do Sul. E se acha que por estar num resort vai ficar aborrecido, desengane-se. Todos os dias há algo para fazer e depressa vai perceber que é fácil ter agenda cheia, mesmo no paraíso!
As mensagens de relaxamento estão em todo o lado. Desde o porta-chaves, “Pequenas chaves abrem grandes portas”, até ao gel de banho “You are not a drop in the ocean, you are the entire ocean in a drop” de Rumi. Se não for suficiente, desligue-se de tudo, inclusive do wifi, só para aproveitar a natureza que o envolve.
Estive no White Pearl no final de novembro, mesmo antes de começar a verdadeira época alta, nesta área. Nessa altura, começam as férias escolares e muita gente se dirige para estas imaculadas praias, de água temperada e um cenário muito relaxante. As ondas estão presentes todo o ano e, se isso pode afastar quem tenha a ideia de um mar paradisíaco, a mim cativa-me ainda mais. Adoro ouvir o quebrar das ondas no mar.
Como chegar ao White Pearl?
A viagem de carro é longa e, contaram-me, um pouco cansativa porque atravessa estradas de terra batida. Para facilitar, o resort tem o serviço de helicóptero (pode ver os preços no site do resort) para os seus hóspedes de e para o Aeroporto de Maputo. E essa viagem acaba por ser uma atividade também. Além de vermos a cidade de Maputo de cima, passamos pela Reserva de Maputo, onde conseguimos avistar os rios, elefantes e hipopótamos. A vista é magnífica e a viagem dura apenas 30 minutos!
Os “quartos” do White Pearl parecem autênticas casas, de tão espaçosos que são. Cada uma tem uma pequena piscina, virada para a praia, um gigante quarto e uma banheira com vista para o mar. A decoração é a que combina com praia, com bonitas peças como os candeeiros, feitos com peças de madeira, por exemplo.
Para se sentir como em casa tem um cantinho com bolachas, frutos secos e chaleiras para chá e café. Estão disponíveis sempre que quiser e são repostos todos os dias. Tem televisão, ar condicionado e wifi, mas este poderá não funcionar bem dentro de algumas suites. No entanto, nas zonas comuns funciona bem.
No exterior da suite, pelo deck que vai dar à piscina privada, tem um chuveiro ar ao livre. Mas, o melhor mesmo é tomar o banho na banheira interior com vista para a praia. Poucas coisas são tão relaxantes!
Aliás, todo o quarto é envidraçado, por isso, é essa a vista sempre: para o mar. Se quiser privacidade, basta fechar as cortinas. A minha suite estava na primeira linha e, por isso, tinha acesso direto à praia. Melhor é impossível! Parecem daquele sítios que vemos nas revistas, mas aqui estão sem filtros ou photoshop!
Dentro da suite tem um saco com as toalhas, para levar para a praia, e no armário estão também os chinelos de praia.
Todos os funcionários são super atenciosos! Divertidos e para quem, como eu, está sozinho, acabam por fazer muita companhia. São mesmo uma equipa que funciona muito bem, e que sabem receber os hóspedes.
Todas as noites, alguém vai abrir a cama à suite e deixam-lhe um miminho… às vezes um chocolate ou um suspiro. São pormenores que contam, muito! Estamos na praia mas o requinte não é esquecido!
Começar o dia da melhor forma…
O pequeno-almoço pode ser servido na sua suite (tem um mordomo à sua disposição, se desejar), ou então pode ir até ao restaurante, com vista para a praia, desfrutar da primeira refeição do dia. Em vez do tradicional buffet, que existe em muitos resorts, aqui há um sem número de coisas boas que vem num tabuleiro e, depois, tem uma carta com pratos quentes que pode escolher, como ovos, omeletes, salsichas, bacon, feijões, etc.
O que vem no tabuleiro difere um pouco todos os dias, mas sobretudo traz iogurte e cereais, muita fruta, queijos e enchidos, pão, manteiga e compotas, bolos e pastéis frescos.
Vai reparar numa coisa curiosa do White Pearl. Vai ver muitas secretárias espalhadas e todas têm uma história. Existe um projeto para que os hóspedes também possam ajudar, ao apoiarem na compra de secretárias para as escolas de países africanos. Pensamos sempre que têm falta de material mais pequeno, como canetas ou livros, mas a falta de secretárias é também um problema.
ATIVIDADES NO WHITE PEARL
Grátis:
– Duas piscinas exteriores
– Nadar no oceano Índico
– Passeios a pé na praia
– Observar os caranguejos na praia (é difícil apanhá-los nas fotografias, fogem muito de nós)
Com preços associados (de 10 a 80 dólares):
– Ocean Safari: nadar com golfinhos e avistar baleias
– Snorkeling, surf e bodyboard
– Mergulho (cursos também podem ser agendados, com custo associado)
– Passeios a cavalo na praia
– Hora do Chá: com bolos acabados de fazer
– Piquenique na praia
– Ver as tartarugas
– Explorar o céu, com jantares, em noites estreladas
– Explorar a vila de Ponta do Ouro
– Spa: tratamentos e massagens (tem uma vista soberba a partir do Spa que fica no topo no monte)
– Para os mais novos há o Kids Skipper Club com voleibol, cricket, bodyboard, lições de surf, construir castelos de areia, snorkel, etc.
O QUE EXPERIMENTAMOS NO WHITE PEARL
Na verdade, tivemos muita sorte no que toca a poder ver a vida animal que escolhe a Ponta Mamoli como habitat. Habitualmente, os seus areais são escolhidos por tartarugas que ali deixam os seus ovos.
Num dos dias, estava eu no topo do monte do resort, a tirar fotografias ao pôr do sol, e vemos uma tartaruga a sair do mar e lentamente a subir o areal. Estávamos ao longe a assistir a isso. Já que se a assustássemos ela iria decidir que aquele não era o sítio seguro para deixar os seus ovos e iria embora.
Deixamos passar algumas horas e, já de noite, fomos tentar ver onde estaria a tartaruga a deixar os ovos, já que é um processo muito demorado. Primeiro tem de fazer o buraco, depois pôr os ovos e depois tapar o buraco e “disfarçar” para que não lhe comam os filhotes.
Quando lá chegamos – só com uma luz vermelha, para não interferir demasiado – a tartaruga estava a pôr os ovos. Foi um momento de verdadeira vida selvagem. Senti-me uma privilegiada!
Pode ver o vídeo, aqui em baixo, com o que vimos naquela noite. Quase sempre está presente alguém responsável pela proteção dos animais – e da reserva e estudo das tartarugas – para que ninguém os incomode.