A menos de uma hora da cidade do Porto, a cidade de Felgueiras tem vários motivos de visita. Desde pretextos gastronómicos, a visitas ao património, cultura e tradição, esta cidade reúne um sem fim de razões para ser visitada. Por isso, fizemos a mala e fomos conhecer Felgueiras.
Os monumentos da Rota do Românico, os bordados tradicionais, o pão de ló de Margaride e os vinhos verdes já são chamarizes suficientes para conhecermos melhor esta cidade, em pleno coração do Vale do Sousa. Mas, há muito mais! Felgueiras guarda inúmeros testemunhos da época romana e a arte românica é expressa em monumentos como a Igreja de Airães e o Mosteiro de Pombeiro.
Este guia do Viaje Comigo é uma sugestão para passar dois dias em Felgueiras, mas precisávamos de mais tempo para conhecer tudo o que a cidade tem para oferecer. Para começar, veja o vídeo do passeio do Viaje Comigo por Felgueiras e depois… faça-se à estrada. Boa viagem!
Se precisa de mais documentação sobre a região, comece a sua viagem pela Loja Interativa (LIT) de Felgueiras. Aqui, vai encontrar todo o tipo de informação, não só sobre a cidade mas também sobre outras regiões vizinhas.
Aliás, o próprio edifício onde está inserida a LIT é alvo de curiosidade, já que é uma casa de arquitetura chamada brasileira, datada do início do século XX. Localização aqui.
Com toda a informação em mãos, está agora pronto para se fazer à estrada a descobrir uma das Aldeias de Portugal.
É na Aldeia do Burgo que vai encontrar o Mosteiro de Pombeiro, que faz parte da Rota do Românico, assim como a via romana, a Ponte Romana do Arco (composta por dois arcos, sobre o rio Vizela, englobado nos percursos pedestres de Vila Fria) ou a Obra Pública do Filé, que mostra a importância dos bordados nesta região – os bordados da Lixa e as rendas de Felgueiras. O filé ou ponto de nó, o bordado a cheio, o ponto de cruz, o crivo e o richelieu são produtos de marca e que levam o nome de Felgueiras além fronteiras.
E, porque estamos a falar de bordados, fomos visitar quem faz disso a sua vida. A HEARTS é uma empresa jovem que aposta nos bordados manuais, sendo que quase toda a sua produção tem saída para o estrangeiro.
Peças totalmente artesanais, usando as mais ancestrais técnicas de bordados, associadas a originais ideias: como fazer acessórios modernos (como clutches, por exemplo) ou ainda usando os desenhos das crianças, fazendo prendas inesquecíveis para os pais e familiares.
Ainda sobre a Aldeia do Burgo: todos os anos, em julho, realiza-se o evento Há Festa na Aldeia, que traz um ambiente de festa a esta aldeia pitoresca, com atuações de grupos e ativa as tradições locais.
É um evento que conta com a participação dos moradores da aldeia. Aproveite a ocasião para fazer os percursos pedestres, assinalados, que passam pela calçada romana, o marco do Pombeiro e o rio Vizela.
Em região de vinhos verdes, são incontornáveis as provas dos néctares que nascem nestas terras. Por isso mesmo, marcamos visita na famosa Quinta da Lixa, vencedora de inúmeros prémios e que está constantemente a lançar novidades no mercado.
A sala de provas da Quinta da Lixa tem vista para as vinhas e é dotada de equipamento moderno para que possa provar os vinhos da forma mais correta. Convém marcar com antecedência a sua visita.
Continuámos com visitas a quintas de vinhos… e não só! A Quinta de Maderne é produtora de vinho verde (todas as uvas são suas!) mas também tem uma grande aposta em plantações de kiwi, nos seus terrenos.
Tem também uma sala de provas (neste momento em reconstrução) e uma loja com todos os produtos da quinta à venda, incluindo compotas, louça e produtos da época. O projeto está a crescer e futuramente vai dar uso à enorme área de mato que tem por desbravar.
Pela tarde, se quiser fazer uma pausa para petiscar, sugerimos o Galeria Café, na Lixa. Provámos lá a tábua de queijos e presunto, acompanhado com vinho verde… uma verdadeira pausa gastronómica, que aconselhamos.
É um espaço jovem, rodeado de jardins, e com um parque infantil ali mesmo ao lado. Também está aberto à noite como café-bar. Aqui perto está a discoteca Havana, se quiser prolongar a festa pela noite dentro.
O primeiro dia já vai longo mas, se ainda tiver tempo, suba até ao Monte de Santa Quitéria, que tem um miradouro privilegiado para a cidade de Felgueiras. Ver o pôr do sol daqui é também muito cativante.
Neste local, vai ver muita gente a fazer caminhadas em redor do santuário, crianças a brincarem nos parques infantis e, com o bom tempo, a esplanada do Montana Coffee é um local a não perder. Se não for de dia, poderá ir lá de noite. A qualquer hora que vá experimente a sangria de frutos vermelhos.
No dia seguinte, nada melhor do que começar a manhã no Centro Hípico da Quinta da Granja.
Existe há quase 20 anos e, além de ter competições com cavalos, também pode marcar lá aulas e até a sua primeira experiência, se nunca andou de cavalo. Nós experimentamos e ficamos fãs!
Este centro hípico tem, aliás, um campeão nacional nas cavalariças: o Garfield. Este local é também o único no norte do país com relva, onde podem ser feitas provas de saltos de obstáculos.
Passamos agora à doçaria, com passagem na loja de Rosa Sousa (nome da fundadora), que funciona desde 1974. Desde o pão de ló, ao pudim Abade Priscos, e das cavacas ao Doce de Foral, há muito para provar nesta casa. Para saber mais sobre o há por aqui (e o que pode levar consigo para casa) leia o que lá encontramos.
Neste passeio inclua também a passagem na Cooperativa Terras de Felgueiras, que foi fundada em 1957. Além dos (excelentes) vinhos, a cooperativa também trata da produção (e revenda) de kiwis dos agricultores, e tem uma loja onde estão à venda todos os produtos dos associados, incluindo legumes (como os espargos, só para dar um exemplo) e fruta.
Tem inclusive um supermercado com todo o tipo de componentes para a agricultura e ainda apoio a quem tem animais, com consultas veterinárias, por exemplo. Pode fazer visitas ao centro de produção e saber mais sobre a história dos vinhos.
Lá, a primeira pergunta que nos fazem é sobre um dos painéis de azulejos? “Porque eram as mulheres quem carregavam os cestos com as uvas”? Olhamos para a imagem e encolhemos os ombros em negação. Respondem-nos: “Porque não podiam subir aos escadotes, vestindo as saias, para não ficarem com “tudo” à mostra”. Ok! Agora já percebemos! 😀
Antes de ir embora, e terminar esta visita a Felgueiras, não se esqueça de passar pela Fábrica e Casa Museu do Pão de Ló de Margaride.
Visite esta casa onde, ainda hoje, se faz o centenário pão de ló, tal como manda a receita antiga, assim como as cavacas. Sempre feito de forma tradicional e com fornos que são os mesmos desde 1900.
Veja o vídeo e saiba mais sobre a nossa visita à Fábrica e Casa Museu do Pão de Ló de Margaride.
E o que pode visitar aqui ao lado? A dois minutos a pé da Fábrica do Pão de Ló de Margaride está a Igreja Matriz de Felgueiras e a avenida principal, onde pode relaxar num dos bancos do jardim central.
Se ficar mais tempo por Felgueiras pode seguir em caminhadas e ir relaxar nas Barrias: um local ao ar livre, rodeado de vegetação, e junto a cascatas de água.
Pode ainda aproveitar e fazer a sua visita a Felgueiras quando se realizar uma das festas locais, para ter ainda mais animação e atividades durante a sua estadia. Veja o calendário de eventos aqui.
ONDE DORMIR EM FELGUEIRAS
Aquando da nossa visita a Felgueiras ficamos alojados na Casa do Paço de Pombeiro e aconselhamos vivamente a experiência. Pode saber mais sobre a casa e sobre a nossa estadia aqui.
Se quiser mais sugestões de alojamentos em Felgueiras pesquise aqui.
ONDE COMER EM FELGUEIRAS
A tradição gastronómica de Felgueiras é muito forte e há inúmeros restaurantes verdadeiramente bons. Experimentamos três que aconselhamos: o restaurante Brasão, o restaurante Caffé Caffé e o restaurante Hede.
O que comemos nestes restaurantes? Pode ler as nossas dicas e ver as nossas fotografias, clicando aqui.
Boa viagem!